Os engenhos da mente humana são fantásticos...Me lembro, quando pequena, da gelatina servida no recreio do jardim da infância. Eu gostava tanto daquele momento vermelho, translúcido e absolutamente indescritível na sua consistência, que tudo o que queria era que aquilo não acabasse nunca mais.
Os anos se passaram e a gelatina vermelha já não ocupa nenhum espaço no meu coração. Mas, às vezes, quando descubro especialidades muito especiais, a menina da gelatina vermelha entra em cena.
Acontece sempre que a Talita volta de viagem. Ela conhece minha alma. Me trás sal azul do Irã, azeites incríveis de Portugal, açaí puro do interior do estado de São Paulo e o famoso azeite de
abóbora da Áustria. Que tem cor de jóia rara, cheiro de perfume raro e gosto do céu. Ela sabe o tempo que faz desde que me deu o primeiro: que como a criança da gelatina eu uso com parcimonia e descriminação em momentos de alegria grande. Admiro o engenho da produção de uma coisa tão linda e tão boa. Outro dia ela disse não acreditar que eu ainda tinha dele...
Pois, ela viajou mais. E trouxe na mala três tipos de arroz do Laos: um deles, púrpura. Não precisa dizer nada. A foto fala por si. Fui atrás de uma cestinha de palha para cozinhá-lo no vapor, mas vou ter que esperar mais. As tais cestinhas estão em falta no mercado.
Ela trouxe, também, outro azeite de abóbora. O de agora com selo de azeite premiado. E disse que posso acabar com o antigo, pois agora já tenho outro.
Na minha busca pelo cestinha do arroz parei na feira da Rua Mato Grosso, em Higienópolis, São Paulo, pois a Milena tinha contado da barraquinha de tapioca. Disse que era o óasis da feira com a mulher que mandou desenvolver um fogão para 4 tapiocas simultâneas, o moço que molha a goma (é fécula de polvilho...), o menino que rala o coco e a menina que cobra. É uma dança.
Quando a pessoa é para o que nasce, a mágica sempre tem cara de gelatina vermelha no recreio do jardim da infância. O arroz do Laos eu mostro quando estiver pronta para ele. O azeite de abóbora já entrou na preparação da receita do mês para o site da Balkis. E a mulher da tapioca, não perde, não. O show é de graça, toda sexta na feira da Rua Mato Grosso, no meio da feira.
Tomara que o seu final de semana seja inteiro com gosto de gelatina vermelha!
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