Você sabia que a gastronomia francesa foi considerada pela Unesco "bem cultural imaterial da humanidade" no final do ano passado? Pois é, eu não sabia. No mesmo artigo, soube que, exatamente agora, quando esse bem cultural foi reconhecido por uma instituição internacional que colocou os holofotes sobre ele, também é o momento em que na França - pasme - 3 milhões de pessoas (acredito que devam ser majoritariamente imigrantes) são vítimas da desnutrição e vivem com o auxílio alimentar público! Esse paradoxo me deixou chocada e me levou a refletir sobre nós, brasileiros, e a nossa praia gastronômica e culinária.
Os chefs de vanguarda projetam o Brasil como o futuro da gastronomia mundial. Entre outros motivos, estão a extensão do nosso terrítório e diversidade de ingredientes que se encontra nele e a criatividade das pessoas que povoam esses lugares. Claro que o momento histórico mundial é complexo, mas não podemos perder de vista o que de mais importante e estruturante nós temos em direção a essa projeção de vir a ser o futuro : o prazer do compartilhar. Gostamos de dividir informações, ensinar e aprender com os outros, sentar à mesa com os familiares e amigos, cozinhar juntos, ter "a" receita especial da família, do pastel da feira, do acarajé da baiana preferida, do pão de queijo da esquina, do festival do moti em Londrina, de um elenco inumerável de outras maneiras que inventamos de produzir coisas boas que garantam o pulso vivo dos encontros, onde o alimento faz parte e, às vezes, é central.
Só depois do alimento garantido é que se pode pensar em aprimorar o paladar. A realidade traz diferenças, mas já temos gente muito bacana espalhada por este Brasil imenso implantando projetos incríveis para o desenvolvimento e a manutenção da arte de se alimentar. Eu conheço cooperativas no cerrado, no semi-árido, nos litorais, nas Gerais, no Amazonas fazendo trabalhos maravilhosos com seus frutos, suas farinhas, seus peixes e o que mais houver. Trabalhos com gente da terra que chega nos restaurantes importantes das grandes cidades e valoriza ainda mais o que tem valor!
Para que na hora de comer a gente possa se debruçar cada vez mais sobre o que temos de melhor, no lugar de virarmos "audiência para a solidão" na frente da televisão, como diz o Arnaldo Antunes e que é o mais penso quando imagino as 3 milhões de pessoas desnutridas na França!
Minha querida Rose foi de férias ver a família no interior da Bahia, em uma cidade chamada Bonito, e me trouxe duas jóias de presente: farinha e pimenta. A pimenta é danada e a farinha maravilhosa. Fiz farofa com as duas e queijo coalho Balkis. Comi até...! E pensei que sou feliz de ter amigos que entendem as maravilhas que têm e gostam de dividí-las! Vou dar a receita da farofa para você fazer com a sua farinha, que tem grandes chances de ser diferente da minha - que afinal é de produção limitada lá da cidade da Rose -, mas que tenho certeza que é maravilhosa também.
Para que a gente construa ainda mais o nosso futuro, comendo cada vez melhor, em um formato que garanta, também, a alegria!
Os chefs de vanguarda projetam o Brasil como o futuro da gastronomia mundial. Entre outros motivos, estão a extensão do nosso terrítório e diversidade de ingredientes que se encontra nele e a criatividade das pessoas que povoam esses lugares. Claro que o momento histórico mundial é complexo, mas não podemos perder de vista o que de mais importante e estruturante nós temos em direção a essa projeção de vir a ser o futuro : o prazer do compartilhar. Gostamos de dividir informações, ensinar e aprender com os outros, sentar à mesa com os familiares e amigos, cozinhar juntos, ter "a" receita especial da família, do pastel da feira, do acarajé da baiana preferida, do pão de queijo da esquina, do festival do moti em Londrina, de um elenco inumerável de outras maneiras que inventamos de produzir coisas boas que garantam o pulso vivo dos encontros, onde o alimento faz parte e, às vezes, é central.
Só depois do alimento garantido é que se pode pensar em aprimorar o paladar. A realidade traz diferenças, mas já temos gente muito bacana espalhada por este Brasil imenso implantando projetos incríveis para o desenvolvimento e a manutenção da arte de se alimentar. Eu conheço cooperativas no cerrado, no semi-árido, nos litorais, nas Gerais, no Amazonas fazendo trabalhos maravilhosos com seus frutos, suas farinhas, seus peixes e o que mais houver. Trabalhos com gente da terra que chega nos restaurantes importantes das grandes cidades e valoriza ainda mais o que tem valor!
Para que na hora de comer a gente possa se debruçar cada vez mais sobre o que temos de melhor, no lugar de virarmos "audiência para a solidão" na frente da televisão, como diz o Arnaldo Antunes e que é o mais penso quando imagino as 3 milhões de pessoas desnutridas na França!
Minha querida Rose foi de férias ver a família no interior da Bahia, em uma cidade chamada Bonito, e me trouxe duas jóias de presente: farinha e pimenta. A pimenta é danada e a farinha maravilhosa. Fiz farofa com as duas e queijo coalho Balkis. Comi até...! E pensei que sou feliz de ter amigos que entendem as maravilhas que têm e gostam de dividí-las! Vou dar a receita da farofa para você fazer com a sua farinha, que tem grandes chances de ser diferente da minha - que afinal é de produção limitada lá da cidade da Rose -, mas que tenho certeza que é maravilhosa também.
Para que a gente construa ainda mais o nosso futuro, comendo cada vez melhor, em um formato que garanta, também, a alegria!
Farofa de farinha de mandioca
Coloque em uma frigideira 2 colheres de sopa de manteiga de garrafa, 3 colheres de sopa de azeite de oliva, 3 pimentas de passarinho e deixe dourar e liberar o aroma das pimentas. Desligue o fogo e coloque a farinha de mandioca, aos poucos, mexendo para que ela umideça. A quantidade de farinha depende da farinha, apenas garanta que fique úmido. Salgue.
Corte 50 gramas de queijo coalho em quadradinhos pequenos e bastante salsinha bem miudinha.
E divirta-se.