segunda-feira, 30 de julho de 2012

Paradoxos e comida crua


Estou aqui buscando um jeito de contar a minha percepção do mundo da comida e também da gastronomia em Nova York. O que eu entendi, nesta rápida passagem, foi que o maior restaurante de lá é a rua. E isso é muito impressionante: no centro da cidade, em meio a prédios de centenas de andares, na  hora do almoço as pessoas ocupam as ruas e comem. Nos parques, que oferecem mesinhas e cadeiras permanentes, sentados à frente dos prédios, embaixo das marquises, por todos os lugares. São sushis com hashis e tudo, saladas, sanduíches, toda sorte de comidas prontas compradas em delicatesses esparramadas por tudo quanto é lugar. O restaurante a céu aberto ferve na hora do almoço.
Por um lado, achei incrível a movimentação, o comércio e a quantidade de comida produzida por dia. Por outro, o tanto de embalagens utilizadas diariamente para servir esse exército de gente é mais que impressionante. É um escândalo! É tanto papel e plástico que fiquei pensando em que mundo esses novaiorquinos vivem... parece que estamos em outro planeta e que no planeta Nova York não existe nenhum problema ambiental, porque a quantidade de lixo gerada em um único dia e multiplicado por todos os dias, um após o outro, é de tirar o fôlego de qualquer cidadão do planeta Terra.
Mas, também passeei por bairros mais "normais", onde se vê feira nas praças, gente andando na rua com sacolas de mercados e crianças indo para a escola. Com restaurantes supercriativos e maravilhosos. O Richard, morador local, me disse lá no Canadá: "você vai pirar com os restaurantes em NY". E me indicou uma meia dúzia deles. Era verdade. São um arraso. A foto acima é do Pure Food and Wine um restaurante gourmet de comida crua. Não é impressionante que isso possa ser possível? Em termos de gastronomia parece que nada é impossível naquela cidade. O Tadeu comeu uma lasanha de abobrinha marinada e eu flores de abóbora recheadas com sour cream e nozes. Vou tentar reproduzir a façanha com sour cream da Balkis. O produto é bom. Vamos ver se a cozinheira dá conta de chegar no mesmo resultado... Aí sim, lá no Gramercy, bairro normal de Nova York, entendi que a cidade tinha muito mais prá me oferecer do que o encontro paradoxal dos mesmos problemas que vi na Índia: muito lixo nas ruas, por exemplo. Mundo louco, né, não?