quarta-feira, 18 de abril de 2012

Chocolate: o futuro é agora


Hoje fui para Rio das Pedras, interior do estado de São Paulo, com o Marcelo e a Patrícia, conhecer uma fábrica que processa de cacau. Fomos recebidos pelo Maurício, que foi o melhor da visita. Ele nos mostrou e contou, generosamente, as etapas, processos e finalizações da produção do cacau em pó e manteiga de cacau.
Foi emocionante ver como aquela castanha escura se torna o amor do paladar da maioria dos ocidentais: a limpeza das castanhas, descascamento, torra, moagem e a prensagem, que separa os dois produtos finais fundamentais para a fabricação do chocolate. Eles chamam de "torta" tudo o que depois do processo sobra e não é manteiga de cacau. E que em determinado momento escorre por um funil gigante, já líquida, como se fosse saindo de um grande útero doce. Lindo.
O mais maravilhoso foi conhecer a inteligência e a visão de mundo impregnada na visão administrativa do Maurício nas diretrizes da IBC (Indústria Brasileira de Cacau). É uma visão sistêmica que previlegia o produto orgânico como meta e única saída para o futuro, o altíssimo valor agregado de quem está no campo produzindo o alimento e envolvido na cadeia limpa e transparente do produto final.
Eu e o Marcelo, como cozinheiros, adoramos a ideia de pensar em oferecer aos nossos comensais uma sobremesa com chocolate que serve como bônus uma mata linda e preservada, gente feliz com seus resultados e uma energia vibrante e inteligente no prato.

domingo, 15 de abril de 2012

Reinventando a roda



Em uma sucessão de acontecimentos acabou que adoeci. Trabalhei demais, abusei, fiz tudo errado e aconteceu. Vai daí que neste final de semana fiquei de molho, mas não uma marinada boa, daquelas que acaba em muitos sabores. E, sim, aquele molho sem graça, sem gosto. E sem vontade de comer, e, consequentemente, sem vontade de cozinhar. Nada.
Meu marido resolveu cuidar de mim e, como bom descendente de árabes que é, nada melhor do que arroz com lentilhas. No imaginário dele funciona um pouco como uma panacéia universal, o remédio para todos os males. Aceitei, estou aceitando tudo. A dinâmica é cozinhar a lentilha com ervas sem deixar que fique completamente cozida: separar o líquido do cozimento, refogar o arroz normalmente, juntar a lentilha e acrescentar a água do cozimento dela em quantidade suficiente para cozer o arroz. Aí, termina-se o cozimento da lentilha, os sabores se incorporam e a cor fica linda.
Pois, na hora em que ele foi refogar o arroz, cadê o dito cujo? Não tinha. Veio me consultar e sugeri que ele colocasse cuscus marroquino. Esperneou e disse que não! Arroz, só tinha de paella e de risoto...No fim aceitou a sugestão e apresentou mais uma das maravilhosas invenções a partir do príncipio 'se virar a partir do que se tem". E eu me animei um pouquinho e comi com prazer.
Experimentem. Na hora de refogar o que seria o arroz com a lentilha refogue a lentilha com o cuscus, coloque a mesma medida de cuscus do líquido do cozimento da lentilha muito quente, apague o fogo e tampe a panela. Que leveza, que surpresa! E como já incorporei esta receita também, da minha próxima vez vou colocar  um pouco de queijo Burrata Balkis por cima de tudo. Pena que eu não tinha dele na geladeira, nem energia sufuciente para ir buscar...Vou fazer de novo, mas a descoberta já está compartilhada!