quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sopa : a rainha do inverno há milênios



Tem gente "espinafrando" porque o frio chegou. Eu, ao contrário, gosto bem do frio, e do que vem junto com ele: sopas, pães quentinhos, vinhos, massas.
Para mim, cada estação do ano tem seus encantos na cozinha. Mas a sopa quente no inverno é das coisas que mais gosto. Se a gente for pensar, na culinária, as sopas são o que sucedem os fundos, que por sua vez são a base de muitas coisas. Significa saber agregar sabores, que vão ficar camuflados na preparação, mas fazer toda a diferença no conjunto. Tem autores que, baseados em estudos arqueológicos, sustentam ser a sopa o prato mais antigo da história da humanidade, antes mesmo do advento do fogo.
Gosto de imaginar como era a sopa do homem pré-histórico. Não dá prá dizer que era de restos. No começo devia ser do suco da carne e vegetais que se despreendiam em água. Já fui atrás para saber, mas não é nada muito preciso. Depois de muita história - do homem pré histórico ao homem medieval tem séculos de desenvolvimento da sopa -, textos medievais fazem alusão a alguns cozidos feitos por pescadores com peixe, vinho e azeite...
Faz tempo que a gente, enquanto civilização descobriu que carnes de caça, peixes ou vegetais viravam uma coisa boa se cozidos com água, ervas aromáticas e especiarias. Quentes ou frias, doces ou salgadas as sopas se incorporaram à diferentes tipos de culturas. Até a bíblia faz menção à sopa...Talvez por isso a gente goste tanto de sopa: é atávico!
Seja como for, eu fiz essa aí que vocês estão vendo: mandioquinha, abóbora cabochan, abobrinha, cebola, gengibre, ervilha torta,azeite, alecrim e sal. Muitos séculos se passaram e hoje eu sei que a mandioquinha tem bastante amido e só pelo cozimento se transforma em um creme. Foi o que aconteceu. Coloquei uns pedaços de queijo da Serra Balkis no fundo da cumbuca, a sopa bem quente por cima e me deliciei com os sabores e texturas. E me esquentei!