terça-feira, 13 de março de 2012

Restaurant Week

Para quem não está a fim de gastar muito dinheiro, mas gostaria de conhecer a comida de alguns restaurantes de São Paulo, aí está , de novo, a oportunidade: o restaurant week vai até domingo, dia 18.  A iniciativa, que já está prá lá de consolidada nas grandes cidades brasileiras, traz um leque enorme de restaurantes participantes. Mas, a verdade é que nem todos valem a pena. Primeiro, pela comida mesmo, que na maioria deles tem nada de novo, nem como experiência gastronômica, nem como apresentação, nem como serviço. E não chamo de bom serviço nenhuma frescura desnecessária e constrangedora, mas simplesmente atenção, gentileza e propriedade no saber com o que se está lidando. 
Na semana passada fui almoçar no Carlini da Vila Madalena. O Pedro comeu um sorrentini de vitelo com molho cremoso de páprica e eu e o Tadeu, torteli de abóbora, ricota e parmesão na manteiga de sálvia e queijo parmesão. Eu e o Pedro preferiríamos a massa mais ao dente. Já para o Tadeu estava no ponto certo. Gosto não se discute. Mas, estava gostoso, apesar de não ser nada demais. Todos nós, porém, estavávamos de acordo em relação ao sorvete da sobremesa "peras assadas em especiarias e sorvete de creme". A pobre da pera estava bem gostosa mas, não tinha um acompanhante a sua altura...o sorvete era doce demais, já meio derretido. E o serviço estava em um mau dia (seis atendentes discutindo seus problemas em volta do balcão, enquanto a gente tentava fazer contato com um deles para saber o que é que estava acontecendo com a nossa simples salada que não chegava nunca e que, quando chegou, faltava o abacate em uma delas...). É pessoal, vida restaurante não é fácil, não.
Mas, este foi só um exemplo de que nem só de glórias vive o resrtaurant week. Se quer mesmo conhecer alguma coisa diferente e criativa, não arrisque. Aproveite, e vá lá no Tordesilhas comer a comida da Mara Salles, por exemplo. Certeza que você vai adorar o jeito como ela traz para frente o ingrediente e a energia da cadeia de gente que faz deles, geralmente, sua vida.

domingo, 11 de março de 2012

Pacova ou banana da terra


O calor deu uma trégua, ufa! Estava demais! Que eu me lembre, um verão como este, só na minha infância...
 Eu  estava querendo comer só coisa fria. E hoje, ao acordar, meus sentidos me pediram um café da manhã sem trigo e quente. Aí está: banana da terra frita no guee (manteiga clarificada), levemente caramelada em seu próprio açúcar e queijo minas frescal Balkis.
Cãmara Cascudo, no seu "História da Alimentação no Brasil", conta que a banana da terra é a única que realmente é brasileira, por isso o nome. O nome indígena dela é pacova e todas as outras são de origem asiática, mas nos chegaram pela África. Estão de tal forma adaptadas que achamos que sempre existiram por aqui. Pensei na Bahia onde se come banana com cuscus de milho com queijo, mandioca e inhame cozidos no café da manhã . E descobri porque a Bahia não tem padaria...Pensou o que seriam de todas as padocas se os paulistanos abolissem o pãozinho do café da manhã? A padaria é a praia do paulistano, mas experimente de vez em quando africanizar o seu café da manhã. As padarias vão sobreviver e você vai descobrir sabores antigos, mas sempre atuais. Bom domingo!