O cenário em que vi o que os franceses chamam"marché" (mercado), mas que na verdade é uma feira, é uma cidazinha medieval chamada Nyons. É entre suas ruelas estreitas, subindo sempre, que ela acontece. Lá de cima vi a ponte e o rio, cenário do nosso picnic depois das compras. Na feira tem de tudo: roupas, badulaques para o cabelo e a arrumação da casa, tecidos, brinquedos e tudo que se puder imaginar. E, claro, uma variedade incrível de chás, temperos, pães de levain (fermentação natural), todos os embutidos imagináveis, peixes, frutos do mar e queijos. Muitos queijos. Da montanha, da planície, de perto do rio, de longe dele, do bosque, das cavernas e de muitos bichos que dão leite. Um mais diferente do outro. Pensei em todos os meus amigos cozinheiros e quiquei de uma banca a outra que nem criança que não consegue escolher o doce predileto. Compramos várias coisas maravilhosas: diferentes queijos, pães, mel de lavanda, tapenade de azeitonas pretas e tomate, limão confit, chocolates. Sentamos perto do rio turquesa transparente de água do degelo dos Alpes e foi só então que me acalmei por não poder conhecer e ver tudo , comendo e descansando a beira do rio em uma tarde linda e fria.