Minha vista no almoço, dentro do restaurante Oiticica, em Inhotim |
O ano mal começou e Minas já me capturou duas vezes. Fazia uns 4 anos que estava querendo conhecer Inhotim. Exige esforço, não é exatamente "pertin", mineiramente falando. Para chegar é preciso ir para Belo Horizonte, de lá para Brumadinho e de lá para Inhotim. Passando pela falta de sinalização e por estradas em que 30 quilômetros viram uma "viagenzin" de 1hs30.
Que você esquece imediatamente quando chega em Inhotim, que se autointitula museu. O mais interessante é que subverte o conceito de museu. É verdade que as obras de arte estão lá e que as instalações para abrigá-las também. Mas é quando se percorre o caminho entre uma e outra que se descobre os imensos e maravilhosos jardins de Inhotim, com um paisagissmo que vai de mares de flores à mata, totalmente integrados. Com flores e folhagens de cores surpreendentes; árvores gigantes de espécies nativas e exóticas com linhas perfeitas; lagos verdes e azuis dignos de filme de ficção. E aí, quando em meio a isso tudo você entra em alguma galeria que exponha uma obra realmente boa, ou quando cruza pelo espaço com uma escultura autoral (as da própria natureza são muitas!), se dá conta de que, dentro ou fora em Inhotim, é tudo a mesma coisa. Uma maravilha: íntegro, integrado e em movimento. Tudo vivo e se transformando a todo momento.
Brumadinho, cidade onde está, é polo de minério de ferro. É um lugar feio, em que a paisagem prima pelas escavações da mineração. Inhotim é o segundo maior empregador de Brumadinho. Forma, desenvolve, incentiva e emprega um batalhão de pessoas que cuidam e recebem uma multidão por dia, já que o lugar é considerado referência internacional em museus. Sem falar na sustentabilidade, no trabalho educacional, etc, etc etc.
Mar de flores |
Um empreendimento deste porte sempre vai gerar polêmicas. Dentro de Inhotim existem 3 restaurantes, além de vários cafés e lanchonetes para atender esse fluxo de gente. Tinham me falado que a comida em Inhotim era péssima. Quis experimentar a opção menos gastronômica e aquela que , presumo, deva ser a mais utilizada, já que em um lugar como esse, em que se vai especialmente para ver o 'acervo' , não dá para gastar 3 horas no restaurante. Fui na versão quilo que está pronta. É entrar, sentar naquele prédio maravilhoso com vista para o lago, e comer uma variedade enorme de pratos, que achei super honestos e bem feitos. Inclusive, os bolinhos de arroz apresentados em quenelles bem feitinhas. O que, para quem é do ramo, denota um conhecimento culinário cuidadoso.
O Brasil costuma não conhecer o Brasil. Se você nunca ouviu falar em Inhotim, vá atrás. Museus maravilhosos existem por aí, é verdade. Mas, com aquele entorno, só lá! E vou dizer: a comida não é ruim não!