torta viva da Tainá |
Nestes dias vi claramente a alquimia acontecer não só com os ingredientes... Precisava de ajuda. Meus parceiros profissionais da área estavam ocupados e não puderam me acompanhar. Duas amigas queridas, Adriana e Bea, se ofereceram e estiveram lá comigo firmes e fortes. Uma terceira pessoa, que eu não conhecia, se ofereceu também e, confiante, aceitei. Foi um presente: cresceu em São Francisco Xavier, se chama Tainá e está se formando em nutrição pela usp Me levou comprar verduras na horta orgânica do seu Zé, dividiu seu amor pela alimentação viva com todos nós, me apresentou os lugares onde encontrar o que eu precisava e que o local tinha a me oferecer.
E a dinâmica na cozinha se instalou confiante e franca. Dia a dia, como bons ingredientes, fomos lidando com os imprevistos e a alquimia aconteceu também com a equipe. Me apoiaram quando no último dia pirei na idéia de fazer massa de macarrão com sementes de papoula para o jantar, (verdade que eu estava tão determinada que nada me demoveria), mas, sem elas, teria sido impossível.
E, cozinhando pela primeira vez depois da palestra da Alice Waters, me senti vitoriosa quando os comensais devoraram os bolinhos de mandioca assados recheados com queijo fresco sem saber do que tratava, se acabaram na abóbora assada e, quando o pessoal da cozinha nem conseguiu experimentar dos bolinhos de abobrinha. Sem falar do jiló no feijão e da panqueca de acarajé, invenção do Marcelo em dia de espera, que já rendeu admiradores. Me senti a própria soldada da Alice, verdadeira revolucionária fazendo pães diariamente (o de banana figo com receita da Neigo Rigo foi o meu preferido), servindo comida boa em todas as refeições. Saí cansada , mas certa de que a Alice Waters tem toda razão: o bom alimento faz corações mais felizes, desenvolve discriminação, saúde, curiosidade, senso de beleza, engrandece quem faz e quem come! Obrigada à todos. Foi demais!