quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Virado de Queijo

Tive que faltar na minha aula por conta de um mega congestionamento. É muito chato quando a professora falta, mas quem vive na cidade de São Paulo tem que se haver com coisas desse tipo. Não sou do tipo que gosta de reclamar. Morar em São Paulo é um exercício de paciência e nós, paulistanos, temos a oportunidade de ficarmos peritos nisso!
No meio do congestionamento, me lembrei de quando era menina e, na linha de um pensamneto puxa outro, fui parar na cozinha da minha casa de infância. E a imagem que recuperei foi de uns queijos bem grandes, pendurados por cordas, próximos aos armários. Percebi que o queijo faz parte da minha vida desde sempre. Minha mãe sempre cozinhou e a folia em casa envolvia a cozinha.
Meu sogro fabricava queijos e meu marido conta que a dispensa da casa de infância dele era cheia de experiências do pai, com queijos. E como meu sogro era mineiro, sobrou para nós uma delícia que veio daí: chama-se "virado de queijo" e, segundo a tradição familiar, é comida de tropeiro. Aliás, o avó do meu marido era tropeiro ele próprio. Foi quem ensinou meu sogro, que ensinou meu marido, que ensinou meus filhos...
Tropeiro é o sujeito que conduz o gado de um lugar a outro. Na viagem do tropeiro não podia faltar queijo -feito com leite bem gordo - e farinha de milho. O virado de queijo do tropeiro é o queijo derretido em frigideira junto com farinha de milho e sal. É um deslumbre!
Outro dia recebi uma amiga baiana muito querida e faltou pão no café da manhã. Estávamos com pressa e rapidamente fiz para ela um virado de queijo com a mistura de dois queijos que tinha na geladeira: minas padrão e minas frescal Balkis. Era pouco, mas juntando os dois deu tudo certo. Ela se acabou de comer e o resultado foi que, duas semanas depois quando fui à Bahia dar um curso de culinária na fazenda de cacau dos pais da Pat, tive que incluir virado de queijo nas produções a serem ensinadas.
Brinquei com os baianos dizendo que a Bahia havia se curvado à Minas...Deu polêmica , se invocou o cacau e o dendê mas o virado de queijo acabou rapidinho...
Sugiro que você tente, um dia: frigideira antiaderente, queijos minas padrão Balkis e Lunarella Balkis. Quando o conteúdo da frigideira esparramar em derretimento, acrescente farinha de milho e sal mexendo sem parar até que tudo se agregue.
Acredito que a gente deve que se apropriar destas riquezas, verdadeiros patrimônios culturais. E me conta depois se você gostou do virado de queijo.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Gravlax com pasta de ricota Balkis

Às sextas feiras pela manhã, dou aula na cozinha. Gosto de ensinar o que sei e aprender o que não sei. Minha aluna de sexta está ficando uma fera na cozinha. A semana passada foi dia de pão com nozes, soufllé de cogumelos shimeji branco e queijo minas padrão Balkis, muffins salgados e pissaladière que é uma espécie de "pizza" retangular francesa com muita manteiga, bien sur, e já tem a receita publicada lá no site.

Ficou tudo muito legal, mas depois da trabalheira toda, quando eu já estava quase de saída foi que lembramos do gravlax que fizemos um tempinho atrás. Gravlax é uma cura de salmão em sal, pimenta do reino, acúcar e dill. É um prato nórdico, especialidade escandinava servido geralmente com torradas ou blinis.


Adoro o conhecimento acumulado, compilado e transmitido pelos tempos afora. Graças a ele é que se pode chegar a soluções despretensiosas, que surgem do nada e se apresentam como que por um passe de mágica. Olha só o que fizemos hoje e que estava totalmente fora dos planos: pepino cortado no cortador de cenoura, gravlax bem fininho, pasta de ricota Balkis e um pouquinho de redução de aceto balsâmico. Ficou lindo, não foi? Tive até que fazer a foto com a camera do celular mesmo, apesar de já saber que não é o melhor...Mas queria postar aqui.