segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Festas

                                             
Neste final de semana fui para Brotas, interior do estado de São Paulo, para a festa de aniversário de uma grande amiga. Ficamos na pousada da filha dela, antiga fazenda de café com horta, curral, pomar e fogão a como não podia deixar de ser, fogão a lenha.
Viajar pelo interior de São Paulo assusta um pouco: são quilômetros da monocultura da cana de açúcar. Dá o que pensar imaginar a quantidade de culturas que deixaram de ser cultivadas...
A cultura popular brasileira tem muitos elementos que foram totalmente incorporados, adaptados ou simplesmente serviram de inspiração à gastronomia nacional. E sem dúvida, o rei do cozimento lento é o fogão a lenha. Os alimentos passam por transformações ao serem submetidos ao calor. Tempo e armazenamento de calor provocam modificações específicas, dependendo do alimento.

Mas, o que mais me chamou a atenção não foi o aspecto técnico, mas o humano do fogão a lenha. Até porque ele não foi usado como fogão mas como apoio e rechaud para servir. Reuniu as pessoas em volta dele para troca de receitas, impressões sobre alimentos e contação de "causos".
Daqui há alguns dias todos nós estaremos sentados com nossas famílias e amigos para algumas refeições. E como "nem só de pão vive o homem" o poder gregário do fogão a lenha ajuda a alimentar nosso outro lado fundamental, assim como o por do sol do qual me empanturrei!
Como aqui, "em que se plantando tudo dá",  a cana de açúcar move carros e estômagos. E as iguarias que  recebemos diariamente vão vestir roupa de festa para se reinventar, como o tempo. E por falar em reinvenção, lá na fazenda, em cima do fogão a lenha, tinha uma das tortas de queijo mais gostosas dos últimos tempos!
Mãos à obra! Inventar e reinventar delícias para partilhar com o chantilly da vida: amigos e famílias! E para o chantilly literal,  creme de leite Balkis!