segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Que viva México!



Não vou dizer que os amigos são o chantilly da vida porque odeio lugares comuns e não sou exatamente fã de chantilly. Prá mim, eles são mesmo é a pimenta dela: alegram, acordam, surpreendem, fazem chorar ou rir. Ou, os dois ao mesmo tempo!
O Marcelo é casado com uma querida linda que, de uns tempos prá cá, resolveu surpreendê-lo assim: "não marque compromissos entre os dias x e y". Ele, como bom marido, apenas obedece. E, quando chega a hora, acata entrar, pacificamente, em um meio de transporte até o local onde o embarque desvela o segredo : o destino! Já disse para o Marcelo que queria uma Ale prá mim, também...
A volta da última surpresa deliciosa veio recheada de "montones " de histórias incríveis para contar, revistas de gastronomia e culinária para mostrar as fotos de tudo que o México desvendou prá ele. E, de muito brilho nos olhos, para me contar dos chocolates com o teor de açúcar que você escolhe na hora da mistura junto com o cacau, a canela e as castanhas; do abacate e das pimentas em tudo, tudo, tudo; da disputa territorial entre o mezcal e a tequilla (ambas feitas da agave, uma planta que parece um abacaxi); dos "moles" que são a base de um molho com chocolate, pimenta e o especial, que é o mole "almendrado" com gergelim; dos "adobos" que são muitos e esparramados pela América Central (o Marcelo diz ter notícias de adobos nas Filipinas) que são masalas, ou a mistura de muitas pimentas com gergelim, amendoim e aquilo que a gente nem consegue identificar, mas que é ótimo também. As histórias foram sendo contadas enquanto ele me apresentava tudo isso, que disse serem"mimos" prá mim.


E o que dizer das muitas pimentas? Cheiros, cores, formatos diversos numa profusão que precisa de cartilha. A mais linda se chama cascavel e tem guisos dentro dela que quando chacoalhadas já anunciam a que vêm -os guisos são as sementes -. Deve ser do estilo "corra de mim, se não gostar muito de pimenta!". "A ver", tudo pronto para experimentação.


E, como tudo no México tem história, quando contou que uma boa "salsa" (os molhos que acompanham tudo por lá), deve ser feita na hora, na frente do freguês, claro que minha pergunta foi: "como, numa coisa tipo um pilão?". Resposta: "tipo isso daqui, uma peça asteca, etc, etc.Terminando com "este é o seu presente"! 
Não sabia se ria ou chorava. Imaginei o Marcelinho e a Ale carregando aquele peso (é todo em pedra), dentro da mala e me senti muito querida. Um céu azul se apresentou dentro do meu coração e passamos, imediatamente a combinar como fazer tortillas maceradas no pilão asteca de pedra, um evento com comidinhas mexicanas, dividir a alegria com mais gente.O Tadeu,quando viu, disse que a peça devia ser usada pelos astecas para socar os corações das vítimas dos sacrifícios dados juntos com alguma substância alucinógina para os sacerdotes comerem...
Amigos...são a pimenta da vida! Aí vai minha primeira salsa mexicana numa tortilla espanhola: tomates assados, cebola crua macerada com pimenta.
E, eu e o Marcelo (na verdade, ele, eu só apoio!) já temos uma listinha do que é que a Marcela, que está no México, vai nos trazer para o evento mexicano, sem sacrifícios.