quarta-feira, 20 de julho de 2011

Microrrevolução


O final de semana passado foi especial. Trabalhei em um evento com o qual estou muito comprometida.  Fui fazer a comida do Encontro Nacional de Kriya Yoga, da qual sou praticante há 13 anos.
Fomos para um lugar maravilhoso, onde a natureza está intacta, graças ao esforço de muita gente. E, nesse contexto, enquanto a galera praticava ioga, eu cozinhava. Um montão de comida boa. 
Era bastante gente. Então, levei comigo minha filhota menor, que é do ramo das artes formais, mas cozinha bastante bem, além de fazer lindas mandalas de morango e kiwi para o café da manhã.
Fizemos muita coisa legal, mas o melhor de tudo foi a experiência de ter na cozinha um batalhão de ajudantes, que iam se revezando ao longo do dia e das refeições. Vocês acham que eu sou louca, não é? Preciso contar que dá certo. Deu tudo certo. Com padrão e qualidade.
Não tinha nenhum profissional da coisa, exceto eu. As crianças fizeram a decoração do recheio das quiches, a salvo das temperaturas e das facas. Outros, o suco, e, sem nenhum constrangimento, aprenderam a diferenciar o mato da hortelã. Outros lavaram muita louça. Outros, ainda, mexeram o panelão da polenta (que ficou ótima e tem a receita lá no site), por bastante tempo. Confesso que, no começo, fiquei apegada à polenta, para que ela ficasse bem lisinha, mas, depois, liberei geral. Do preparo à limpeza do chão, tudo fluiu rápida, ordeira e pacificamente.
O único contratempo foi uma mandioca de última hora que comprei lá mesmo para o escondidinho (tem receita lá no site) e que era cheia de fios, horrível. Quando misturei com a que tinha levado daqui, quis arrancar os cabelos. Joguei fora e fiz de novo, só com a minha. E atrasei o almoço em meia hora. Ou seja, a única coisa errada fui eu mesma que fiz...
Quando o batalhão ia embora e ficávamos eu e a Marcelinha sozinhas, o silêncio voltava, a agitação passava e, de repente, a gente ria ao se dar conta do destempero que é essa atividade: passávamos o dia todo cozinhando, em alguns momentos tínhamos ajuda, no momento seguinte era o turbilhão do horário da refeição e, depois, o silêncio novamente. Em uma atividade ininterrupta... Mas que agrega, encanta, desafia e alegra as pessoas. Saiu todo mundo de coração quente e estômago contente.
Gracias, pessoal! Nunca tive uma brigada tão entusiasmada, eficiente e amorosa. Não comi muito, por que é tanto cheiro de comida que a saciedade vem pelo olfato. Mas meu coração também ficou quente!
E tinha um montão de Balkis na minha cozinha: palak com queijo coalho Balkis, quiches de abobrinha com creme de leite Balkis, escondidinho com queijo meia cura Balkis e quibe de pinhão com pasta de cottage Balkis. Mão-de-obra amorosa e bons ingredientes são capazes de revolucionar os paradigmas da cozinha. Adorei minha microrrevolução...