Teve almoço de aniversário aqui em casa nesta semana. Como sou a cozinheira oficial do pedaço, recolhi os desejos do aniversariante e me pus a realizá-los. Gosto disso, então estava me divertindo até lembrar que eu ia precisar fazer um bolo. Sempre me esqueço dessa parte, aquela pela qual eu deveria começar e, como me empolguei nas outras preparações, lembrei dela lá para o meio do caminho.
Aí eu já estava adiantada com panelas em processo, fogo acesso e tudo, quando me dei conta que a manteiga tinha acabado: nem pensar em sair para comprar nada! Resolvi ir juntando as gorduras disponíveis: um pouquinho de manteiga, umas duas colheres de nata Balkis e um tanto de azeite para completar. Fiz o bolo de pera com amêndoas e feliz da vida porque tinha semente de papoula para colocar nele. A venda da semente de papoula foi proibida há alguns anos atrás, mas toda vez que viajo e encontro delas trago para mim, e para os amigos cozinheiros.
Confesso que quando coloquei o bolo no forno pensei : 'seja o que Deus quiser', mas o princípio estava certo: tinha gordura suficiente. Eu só não sabia como o sabor da pera ia 'conversar" com aquela mistureba que eu fiz. O resultado foi que eles ficaram amigos! Gorduras variadas se entenderam dentro do bolo e deu tudo certo. Eu e o Pedro fizemos a calda com licor de amaretto e colocamos amêndoas laminadas por cima de tudo. E pronto, tinha bolo gostoso com champanhe. Se quiser repetir, talvez não saia...mas aprendi a lição: nunca descuide das gorduras na geladeira porque você pode precisar delas. E se as de dentro da geladeira não forem sufucientes, pode ir firme nas de fora dela: se forem boas, claro!
Falando em gordura ontem o Bruno Stippe contou que na cantina dele só tem usado nata Balkis no lugar do creme de leite para preparar o molho bechamel. Disse que depois que experimentou uma vez passou a fazer sempre, porque o resultado é incrível. Imediatamente pensei que precisava colocar essa informação aqui.. E vamos dormir que amanhã tem mais.