quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rolinho vietnamita


Estou devendo aqui, duas receitas: uma de rolinho vietnamita e outra do bolinho de chá verde. A do bolinho de chá verde vou continuar devendo, porque ainda não tive tempo de ir até o bairro da Liberdade comprar um chá verde, bem verde.

A Marcela perguntou se eu sabia alguma coisa sobre o rolinho vietnamita que ela tinha comido uma vez e, depois, nunca mais. Ficou com a memória da delícia e da beleza. Então, é lindo mesmo e delicioso também. O rolinho vietnamita é feito a partir de uma folha muito fina de papel arroz seco, que deve ser reidratada para receber o recheio e ganhar maleabilidade.

É uma daquelas obras de arte da paciência oriental. O arroz é seco em esteirinhas que, muitas vezes, deixam suas marcas na folha. Quando reidratada, esta ganha maleabilidade, transparência e um sabor pra lá de sutil.Tive o privilegio de aprender a trabalhar com elas com o grande chef Thompson Lee. O Thompson é um dos cozinheiros mais generosos que conheço. Dono de experiência e talentos inigualáveis, é professor em várias e renomadas escolas de gastronomia Brasil afora. E dono de um restaurante de comida oriental maravilhoso, lá em São Francisco Xavier, que vale a viagem. Chama Yoshi, e, lá, apenas nos finais de semana, ele e a esposa, Geisa, podem ser encontrados pelo salão e atrás do balcão de sushis, distribuindo delícias, alegria e muita criatividade. Foi nesse contexto que ele me ensinou a trabalhar com as delicadas folhas de papel arroz.

Então, aí vai a receita. As folhas de arroz podem ser encontradas em mercados de comida oriental. Na Liberdade, em São Paulo, todo mundo tem. E o recheio, é passível de toda sorte de “invencionices”...

Rolinho vietnamita

Ingredientes

4 folhas de papel arroz
4 folhas de alface
½ cenoura passada em ralo muito fino
½ pepino japonês passado em ralo muito fino
Queijo cottage Balkis
4 fatias finas de manga
4 folhas de manjericão
4 folhas de coentro
4 folhas de hortelã
molho de shoyu, gengibre, limão e água

Modo de Fazer

Higienize e separe todos os ingredientes. Corte a cenoura, o pepino e a manga. Lave e escorra todas as folhas. Amorne água em uma frigideira larga. Estenda um étamine sobre uma tábua de corte. Coloque uma folha de papel arroz na água morna e em seguida estenda-a sobre o étamine.
Sobre ela, estenda a folha de alface, passe sobre ela um pouco do creme de cottage Balkis, na ponta superior coloque um pouco da cenoura, um pouco do pepino, a manga e distribua uma folha de manjericão uma de coentro e uma de hortelã.

Enrole o rolinho de forma bem firme e feche as beiradas para dentro como se estivesse fazendo um pacote. Faça um corte transversal com uma faca bem afiada. Para o molho junte um pouco de água ao shoyu, rale gengibre no ralo bem fino e coloque limão a gosto. Sirva junto com os rolinhos.

Pão com molho!

Às vezes, acho que opinião é uma coisa que não serve muito prá nada. A gente muda de opinião e esquece o que é mesmo que pensava e defendia antes, não é? Mas tem uma coisa que eu acho já faz muito tempo: os italianos são geniais na cozinha.




Eu já tinha experimentado delas, mas, na semana passada, comprei dessas abobrinhas na feira de orgânicos do Parque da Água Branca, em São Paulo. Hoje, fui dar aula pela manhã e cheguei apressada e atrasada para o almoço. Lembrei delas e de uma berinjela, que estava na geladeira há uns 15 dias, rolando pra lá e pra cá. Pensei: vou rechear as abobrinhas com a berinjela. Mas não ia dar recheio suficiente, era pouco. Aí, lembrei de um prato italiano chamado “papa col pomodoro” que não é nada mais do que pão italiano cozido em tomate, azeite, um fundo bem aromático e muito manjericão.

Pois foi o que eu fiz. Esvaziei as abobrinhas, grelhei as berinjelas, fiz as “papas” com um fundo que tinha pronto na geladeira. Forrei as laterais da abobrinha com as berinjelas grelhadas, coloquei uma colher de sopa de creme de ricota Balkis na papa e recheei as abobrinhas com ela. Levei ao forno por 15 minutos e saudei a Itália e os italianos. Ô gente esperta pra cozinhar! Experimente. É um sabor arquetípico: molho de tomate com pão! No fundo é isso que é, só que incrementado. Delicioso.

O sabor de uma viagem

Vocês me conhecem e sabem que autopromoção não é meu estilo. Mas um elogio desinteressado e honesto é bom receber. É ver aquilo que você acredita ser reconhecido. Eu acredito que a comida é um elemento lúdico. Por isso minhas duas paixões dialogam entre si: cozinha e cinema. A boa comida também é aquela que tira os seus pés do chão... Por isso, resolvemos compartilhar os emails que chegaram para a Balkis - que fabrica boas coisas da comida -, em forma de cinema! Mais fácil reproduzi-los. Fala Erick Altheman: “Sinceramente, degustando o queijo mussarela tipo italiana bola, me fez fechar os olhos. Em segundos, fui levado pela minha memória para a Piazza Navona, na Itália, em Roma. Somente lá tive acesso a queijo tão maravilhoso. Juro. Desde meu retorno da Itália procuro queijo fino semelhante para uma bela salada caprese, porém, nunca havia encontrado até conhecer o seu produto. Parabéns, e não comprometam a qualidade do seus produtos... Consumidor satisfeito”. E agora, sobre o queijo Serra da Balkis a impressão do Antonio Costa: “Eu sou português e, para ser sincero, esperava, como é lógico, que o queijo Serra da Balkis seria diferente do original. Mas me surpreendeu muito pela positiva. Se fechar os olhos, me sinto na Serra da Estrela mesmo. O sabor é incrivelmente parecido e só quem conhece o original sente uma ligeiríssima diferença na textura. Parabéns! Está perfeito.” Obrigada aos dois pelo retorno. É um forte incentivo! A gente vai se esforçar para continuar produzindo produtos que vocês gostem de comer e que ajudem a sonhar! E fica o convite para que vocês tragam aqui para o blog suas receitas, impressões e descobertas sobre este vasto mundo dos queijos e das comidas. Vai ser mais do que um prazer poder interagir com vocês e com o que trouxerem! Alíás, é para construir a riqueza da interação que estou aqui.