quarta-feira, 18 de janeiro de 2012


Ricota temperada com azeite, manjericão e nozes

Saiu hoje no caderno "Comida" da Folha de São Paulo, http://www1.folha.uol.com.br/comida/1035207-chefs-ensinam-a-transformar-queijos-brancos-em-bruschetta-e-outros-petiscos-rapidos.shtml, uma matéria intitulada "Tempero com Gosto" onde três chefs contam como utilizam queijos minas frescal, cottage e ricota. Gosto do olhar simples sobre as coisas. Ingredientes de base sempre servem como apoio para boas criações. Outro dia, descobri que cottage com shoyu dava o maior samba, e coloquei isso em uma salada com arroz (a receita tá lá no site).
Vem aí mais um final de semana de verão onde comidinhas são melhores que grandes refeições. Você pode se inspirar na matéria da Folha e arriscar as suas próprias combinações. O queijo minas frescal, por exemplo, se temperado inteiro com ervas e azeite pode se transformar em um creme delicioso se você tiver paciência para esperar a transformação natural que ocorre nele ao longo dos dias. Faça uma experiência. Só não vale mexer, tem que conseguir esperar o tempo dele; uma semana, as vezes duas ou até mesmo três dependendo do tempo de maturação em que o queijo se encontra quando você embebe-lo em azeite e muitas ervas...
A Folha fala em bruschettas e pastas. Combinação maravilhosa, queijo, ervas, pão, vinho e boas companhias a Balkis entra com as bases de ricota, cottage e minas frescal de super qualidade. Você se diverte na cozinha e chama a intuição e a imaginação prá funcionar. Bom final de semana!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Paellas e suas histórias

                                         
Faz tempo que ganhei o açafrão espanhol e a paellera fica pendurada na cozinha me olhando. Na semana passada resolvi acabar com as pendências do ano anterior e comecei por esta. Lembrei do ano em que os espanhóis vieram para o Mesa/Tendências e fizeram na Prazeres da Mesa uma paella em uma paellera gigante que carregavam prá cá e prá lá. Juro, precisava de uns oito meninos juntos pra carregar a panela, que era um espetáculo a parte.
E contavam a história de que na Espanha, em Sevilha (origem da receita), eles tinham feito uma delas em praça pública com uma panela que foi feita especialmente para a ocasião e que tinha um diâmetro absurdo (não lembro o número) mas, que para mexer os ingredientes durante o preparo eles usaram um guindaste...
Corre um processo em que a Espanha pretende transformar a paella em denominação de origem com nada menos do que 101 receitas, sendo a vegetariana, uma delas. A maioria das pessoas acha que a verdadeira paella é a de pescados, mas o negócio é mais complexo...
A chamada "legítima", por alguns, é a paella valenciana. Originalmente feita a partir de restos de carnes de caça, as muitas adaptações mantêm o maravilhoso princípio de: muito azeite, arroz com alto poder de absorção e o fazer tudo junto para garantir que muitos sabores se incorporem e resultem sempre em um prato aromático, colorido e supersaboroso ao gosto de muitos gostos...
Essa ordem garante o resultado sempre delicioso: a caramelización que é o dourar das carnes ou vegetais; o sofrito que é quando se acrescenta a páprica, o açafrão e o tomate ralado para que dourem bem; o mojado, quando se junta o liquido deixando tudo se misturar em um caldo saboroso; o arroz e por último o socarat que é deixar os grão do fundo da panela darem uma fritadinha no azeite quando o líquido secar...
Que fique claro: a minha ficou muito boa, receita da minha cabeça, técnica espanhola sem castanholas, sem peixe, sem coelho, sem frango, sem peixe, camarão ou lula. Com shitake, cogumelos paris, aspargos, abobrinhas e vagens. E por cima, queijo Lunarella Balkis com limão siciliano...
Convidei as pessoas e, quem não pode vir, perdeu. No dia seguinte teve gente que passou por aqui  atrás dos restos, mas aí já era tarde...