domingo, 2 de dezembro de 2012

Domingo feliz



Ontem a Nana me mandou uma crônica da Nina Horta sobre a linguagem oculta na cozinha. Em algum momento ela dizia que, às vezes, leva-se uma vida para assimilar algumas coisas.
Refleti e, claro, pensei na minha. Ontem mesmo conversando com o Marcelo, enquanto preparávamos um evento, disse a ele que, há alguns anos, eu tinha muitas opiniões. Hoje em dia, tenho bem menos, e, portanto, posso aprender muito mais.


Uma faca, silêncio e um horário estrito para um trabalho ser entregue fazem as pessoas mais sábias. O Marcelo estava inspirado e, sabiamente, me disse que eu faço coisa demais, que as pessoas me acessam o tempo todo e que eu estou sempre disponível. Também refleti a respeito. Cada um segue seu caminho, mas parar para contemplar uma bela paisagem faz parte dele também.
Então, hoje, domingo resolvi me dar um dia de descanso. Comecei emocionada ao ver minha filha mais velha (arquiteta) preparar o seu primeiro vinagrete na vida. Pediu orientação para os cortes. Orientei. Ela executou lindamente e lembrei da minha conversa com o Pedro ( meu filho com dons culinários que está construindo a própria casa). Ele me contou um sonho em que, ao preparar um jantar, seguia a receita dada pelo seu arquiteto. Ele duvidava de algumas coisas, mas seguia firme. Quando acordou, concluiu: cozinhar é igual construção civil. Tem receita, mas é preciso, além do conhecimento, usar a intuição e confiar! Bingo. A minha arquiteta cortou tomates e cebolas rigorosamente no padrão estipulado e ainda fez uma salsinha tão pequena que colocaria muito profissional no chinelo. Orgulho de mãe, vocês vão dizer. Pode ser, mas eu acredito que pessoas podem tudo..Construir casa e cozinhar, que afinal nem são tão diferentes assim.
Resolvi produzir um almoço simples. Figos fritos com queijo burrata, arroz com pimentões e tomates assados, salada de pepino com iogurte e hortelã (feita pelo meu marido) e, veja, estou saindo para o cinema! Feliz da vida!