terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pirulito de batata rosti: porque criança gosta de comida boa, sim senhor!



Na semana passada estive envolvida na preparação de uma festa para crianças/adolescentes e continuo firme na ideia de que as crianças só não comem de maneira mais saudável e agradável, porque não foram apresentadas às muitas possibilidades que contemplam isso.
Não sei se estou certa ou errada, mas o pirulito de batata rosti acabou e eles comeram bem o mini-hambúrguer de soja - receita da Helena Rizzo do restaurante Mani -, que , segundo a turma do preparo da festa é um "pf" disfarçado de hambúrguer: gengibre, arroz integral, soyu, gengibre, couve flor e mais algumas coisas que não me lembro, e que entram no preparo. Comeram sem saber o que era porque também não estavam interessados nisso, mas comeram entusiasmadamente. Claro que pipoca e brigadeiro (muitos deles: de paçoca, chocolate com menta, maracujá e avelã), também estavam lá porque nem tudo é do mal. Mas, não tinha fritura para criança, nem pizza, nem salgadinhos e afins. Tinha comida de criança, mas da boa. E eles curtiram.


Acho que as crianças estão vivendo um momento histórico difícil: ao mesmo tempo maravilhoso e destrambelhado. Como todos nós, moradores das cidades grandes, as crianças são cotidianamente bombardeadas por um volume absurdo de informações e apelos consumistas. E esses apelos incluem as coisas relacionadas com o alimento. E,os pais, na maioria das vezes, não têm tempo para cuidar de suas próprias alimentações, que dirá da dos seus filhos, que comem na escola, o que tiver, rapidinho entre uma atividade e outra. Fiquei contente com o resultado da festa, mas refleti bastante a respeito da educação para o corpo e o alimento nos dias de hoje...
Aí, no domingo minha neta veio 'almoçar' aqui. Está linda e hoje faz 4 meses que chegou no mundo. Claro, só mama, o alimento completo e está indo muito bem , obrigada. Mas, tem um vívido interesse pelas comidas que já fazem parte do seu mundo visual, pelo menos. Quando vem aqui em casa é sempre na cozinha e em volta da mesa que a gente se encontra. E, desde que passou a levar a mãozinha em direção àquilo que 'pisca' prá ela, reparei que pratos e alimentos chamam sua atenção. Domingo foi a primeira micro-experiência com sal. Tinha escondidinho de cogumelos  e a Kelly passou o dedo no purê de mandioca  e levou na boca da pequena Marina. Imagine uma paleta de sons e expressões variadas com inequívoca sensação de apreciação partindo de um pequeno ser que, pela primeira vez na vida, experimenta um sabor totalmente novo...foi assim. Um espetáculo a parte. E aí, toda a minha preocupação com a alimentação das crianças se desfez. É simples. É mesmo só apresentar que eles vão saber escolher entre muitos sabores disponíveis os que mais lhes agrada...e a vida vai ficar mais divertida e interessante que monótonos salgadinhos e refrigerantes sem valor nutricional e cultural nenhum...
Já "vi" a Marina maiorzinha entrando pela minha cozinha e abraçando as minhas pernas, pronta para muitas brincadeiras culinárias. E, certeza, mandioca vai fazer parte das preferências do paladar dela, porque, depois de esgotar o dedo da mãe com o purê, só foi para de chorar quando carreguei a pequena para bem longe da mesa...