sábado, 3 de março de 2012

Cogumelos morchella, feijões brancos, tamarillos, lulos e cacau colombiano

Minha semana foi intensamente preenchida por presentes gostosos. Segunda-feira ganhei da Paulinha querida cogumelos e feijões franceses que a mãe dela estava comercializando lá na creche onde trabalha. Queria anunciar aqui para vocês poderem experimentar, mas parece que o sucesso foi tão grande que já acabou...Os cogumelos são da espécie morchella e estou fazendo para o almoço de hoje. Os feijõezinhos são brancos e pequenininhos, lindos e nunca tinha visto antes. Quando forem para o prato aparecerão prontos por aqui também.
Terça-feira a Tanea apareceu trazendo a minha marmita com jaca caramelizada (delícia), e com os feijões do 'espírito santo' lá de Belo Horizonte. Eles são lindinhos e tentei fazer a foto para vocês verem, mas o close da minha máquina desfoca no centro.
E depois veio o Fernando trazendo os deliciosos tamarillos, a lulo ou naranjilla, o cacau em barra, café, ele mesmo e um pouquinho da Marcela, minha filhota que já está há algum tempo rodando por esse mundão de meu Deus...Estavam juntos lá na Colômbia e ele voltou com os presentes. Os tamarillos eu já conhecia e já tinha feito de outras formas. Tinha lá no quintal de uma outra casa em que a Tanea morou em Gonçalves, Minas Gerais. Mas os tais lulos ou naranjillas nunca tinha visto, não. Parecem caquis duros mas o sabor é bem diferente. Dele, parece que se fazem sorvetes, fermenta-se para fazer vinho, cozina-se em quesadillas e congela-se a polpa para o suco. Ele fez prá gente o suco das duas frutas como aprendeu lá: dois tamarillos e um lulo, gelo, água e bem pouco açúcar: delícia! Enchemos de gelo e debaixo do calor escaldante daquela tarde muito quente me empanturrei de suco de tamarillo com lulo e seu sabor entre cítrico, perfumado e levemente amargo enquanto ele me contou um pouquinho do que viveu nesses meses viajando por aí. Disse que eu ia adorar a Colômbia com suas frutas e flores. Acho que eu ia mesmo...

Os tamarillos e lulos que sobraram fiz suco para o almoço de hoje junto com o macarrão com os cogumelos morchella, apesar de ter ficado com a maior vontade de tamarillos maduros grelhados com azeite, sal e queijo burrata. Semana que vem, vou lá no Mercado Municipal para comprar deles e satisfazer meu desejo. Quem sabe até lá o calor amansa um pouquinho prá eu experimentar o cacau colombiano em alguma receita...



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Abra boca e feche os olhos...jaca!

 Voltei da praia com uma jaca no porta malas. Confesso que nunca fui muito chegada em jaca e que só o cheiro dela me colocava a quilômetros de distância. A primeira jaca ninguém esquece e, a minha, foi apenas há dois anos atrás em um ônibus de linha, desses que as pessoas entram vendendo coisas em sacolas plásticas e pedaços de papel, de Chidambaram para Pondicherry, no sul da Índia. De repente me apareceu minha filha Marcela vindo lá de trás do ônibus com o famoso "abre a boca e fecha os olhos". Nem pestanejei e obedeci: era bem firme na textura, levemente adocicada e aromática. Bom. Mas, não sabia o que era. E era jaca! Dura. Gostei. Depois experimentei o tal pastel do palmito da jaca lá na Chapada Diamantina, de tirar o fôlego. Que é feito da jaca verde e, segundo o que entendi, do palmito, ou seja do centro dela apresentados fritos ou assados.
Fui prá minha primeira aventura e produzi uma moqueca com a fruta e uma farofa com o caroço, que prá mim, foi o melhor. Como estou chegando agora no assunto descobri na faca que a minha jaca não era dura nem verde, estava prá lá de macia e os caroços soltaram todos no cozimento. Descaquei-os e cortei como se corta uma castanha do pará. Fritei no azeite e coloquei na farofa com ora-pró-nobis. Ficou uma delícia.
E a moqueca? Bem a moqueca ainda precisa de acertos. Não tinha nada na geladeira depois de dez dias fora. Faltou coentro, com certeza, e a pimenta faltou também em quantidades muito maiores. Estreei minhas próprias folhas de curry, mas faltou. Ficou boa, mas doce demais para o meu paladar. Ainda vou corrigir. Como disse o meu marido, passou com 7, mas a nota de corte aqui em casa é alta.
Aí, sentei no computador e fui espiar o que o goolge tinha a dizer. Claro que no Come-se, blog da Neide Rigo, além de muitas receitas, encontrei a resposta para o grude da jaca: ela é lipossolúvel, então, unte com óleo a faca, além da própria mão e não deixe o grude dela atrapalhar suas experiências. Coloque o preconceito de lado, brinque de "abre a boca e feche os olhos" e descubra que pode até gostar dessa fruta asiática que parece muito como se fosse originariamente brasileira...mas não é!
Eu só estou no começo das minhas descobertas com ela. E você, se anima?