sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Que venha a primavera!

Consegui chegar na frente do computador nos ultimíssimos momentos da minha sexta-feira gorda (obesa de tanto trabalho!) . Mas foi bom...
De trabalho em trabalho, essas entradinhas ficaram simpáticas e são práticas: pasta de queijo gorgonzola com creme de leite Balkis, quibe de pinhão (tem receita lá no site), e saladinha florida para brindar a chegada da primavera.
A pasta de queijo é uma idéia para a preguiça do final de semana.

Se,  'no frigir dos ovos' você tiver um tempinho, divirta-se com a leitura desse texto "saboroso" que também poderia chamar "sopa de letras" e mostra do que a língua portuguesa é capaz.
Boa primavera e bom final de semana para todos.

Autor: Guaraci Neves
Pergunta:
Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, em figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão:“no frigir dos ovos”?
Resposta:
Quando comecei, pensava que escrever sobre comida, seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos.
Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa.
E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas.
Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.
Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote.
Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha; são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.
Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.
O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.
Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…
A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.
Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda..
Entenderam agora o que significa “no frigir dos ovos”?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Comidinha caseira

Da minha geladeira, hoje, saiu essa invenção chamada ‘quibe de tudo o que tiver na geladeira’. Pensei que ele ia ser de abóbora, mas quando fui fazer minha “mis en place”, vi que a quantidade da dita cuja era ridiculamente pouca. Tinha berinjela, couve flor, cenoura e dois pedacinhos de abóbora. Coloquei tudo no vapor com cravo e louro na água. Amassei junto com salsinha, sal, gengibre, trigo para quibe, castanha do pará e azeite.
Recheei com cogumelos porcini laminados e salteados no azeite e sal. E largas fatias de mussarela de búfala Balkis. Surpresa na mesa! Ficou gostoso. Fica a dica para você inventar com o que tiver na sua geladeira.