quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Ora batatas, mandiocas, mandioquinhas, inhames, carás...



Hoje fiz um remake de uma receita que já publiquei lá no site da Balkis. Achei legal porque descobri uma coisa que não sabia. A receita é simples: batata, abobrinha, ervas, farinha, ovo e ricota fresca. Acontece que me faltavam o ovo, a farinha, a ricota e a batata. Mas, eu tinha mandioquinha, quínua, queijo cottage e farinha panko, uma farinha  japonesa que é usada para empanamento e confere uma crocância bem legal. Substituí a batata pela mandioquinha que também é amido e ia fazer o mesmo papel. Coloquei quínua cozida e bem drenada no lugar na farinha de trigo, deletei o ovo e descobri (como eu não tinha me dado conta antes?), que a quínua junto com um amido é superestruturante, a ponto de dispensar completamente o ovo. No lugar do queijo minas coloquei um pouco de cottage temperado com as ervas. E não é que abobrinha com cottage e mandioquinha ficou uma delìcia? Passei tudo na farinha japonesa e dourei em um fio de azeite em uma frigideira de tefal...
Rapei a geladeira, passei uns quiabos no azeite com gengibre, coloquei uns tomatinhos cereja com cenoura, alecrim, sal grosso e azeite no forno e saiu um almoço ótimo.
Experimente: com batata, mandioca, mandioquinha, ou cará e inhame para celebrar o 2 de fevereiro, dia de Iemanjá...o amido que preferir, o queijo que preferir e quínua. Bon apetit!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Gastronomia e responsabilidade

Passei todo o final de semana cozinhando para um evento, coisa que me dá enorme satisfação. Cuido do cardápio como se fossem filhos novos: me levanto cedinho para ir à feira de orgânicos garantir tudo o que conseguir por lá e que fizer parte dos preparos. Fica lindo, e dessa vez fui lavando e secando várias folhas diferentes - alfaces, radicchios, rúculas, tomatinhos cerejas, mangas superdoces e acomodando tudo em uma linda bacia de ágata que tenho para depois arrumar a salada. Quando dei por mim, a salada era aquela lá, na bacia mesmo, maravilha de cores. Isso tudo me dá bastante prazer, além de trabalho com o qual, sinceramente não me importo muito. Prefiro o brilho nos olhos dos comensais à economia de meia hora de sono. 
Saí de lá com três presentes: um pezinho de pimenta "surpresa" - a Kika, dedo verde que me deu a  mudinha. Plantou três tipos e não sabe qual é que vai ser a minha -, e duas pastas de curry tailandês prá eu experimentar. Vim embora pensando no tanto de cuidado e carinho que pode-se envolver no ato de cozinhar e receber a comida. E quando cheguei, vi um email que a Ciça me enviou contando do trabalho  do Peter Merzel que saiu fotografando em 14 lugares diferentes e fazendo as contas de quanto cada família dispendia e o que comia em uma semana, que terminou no livro 'Hungry Planet" (Planeta Faminto).
Refiz meu pensamentto. Nem sempre se pode cuidar bem da alimentação: da mesma maneira que é íncrível ver a diversidade de opções é triste saber da falta delas: as vezes por motivos econômicos , outras por questões culturais que fecham a cabeça da pessoa na ignorância da alimentação ruim, e outras ainda por motivos que nem imagino quais sejam...a questão é que ainda tem muito chão pela frente para que um maior número de pessoas no mundo possa desfrutar de prazer alimentício aliado a discriminação na escolha dele. Achei que devia compartilhar com vocês que gostam do assunto (a música é ruim, mas as imagens são boas). Gastronomia e responsabilidade caminham juntas...