segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Pitaia do meu quintal





Foi a Marcela, que pelo telefone anunciou: "mãe, acho que tem uma pitaia no quintal". Eu não estava, mas quando cheguei fui verificar e ela estava lá no lugar onde, no meio do ano passado, fotografei a flor branca e linda que durou apenas uma noite e um dia para mandar para ela, que na época, é quem estava pelo mundo. Não é que aquilo era uma flor de pitaia? Você já viu uma? Parece uma coisa linda e perigosa. É um cacto nativo da América do Sul e Central, mas nas partes mais quentes e áridas dos Estados Unidos também tem. Na Colômbia aparece em profusão e em toda costa pacífica do México também tem. Pitaia quer dizer fruta escamosa, e fui saber depois de olhar na wikipédia que também é conhecida como flor da noite ou dama da lua por florescer somente a noite. Dessas obras de arte que a natureza arquiteta e apresenta, assim, só para se divertir. Parece estranha, mas por dentro é só delicadeza e doçura. Fiz do presente uma sobremesa gelada e colorida com a raspinha da parte interna da casca. Foi simples: pitaia, creme de leite Balkis, mel e limão. Congelador e desfrutar. A parte congelador demorou umas 2 horas e a parte desfrute uns 3 minutos...

sábado, 11 de janeiro de 2014

Bobó sem camarão e com dendê do bom!

Na volta das férias, como imagino que deva acontecer com a maioria absoluta das pessoas, uma geladeira vazia me esperava. E a falta de vontade de ir às compras, também! Mas a cabeça e o corpo estavam descansados o suficiente para não achar nisso um problema. Pensei que podia me virar com o que tinha. E o que tinha? Uma cenoura, uma berinjela, mandioca cozida, pimenta cambuci, queijo coalho. Já a minha dispensa estava farta de coisas maravilhosas: azeite de dendê pilado no pilão e farinha de mandioca trazidos do recôncavo baiano pela querida Olívia, que agora mora por lá e deixa meu coração feliz quando aparece um pouquinho na megalópole que lhe parece cada vez mais um animal selvagem...leite de coco, algumas castanhas e uma lata de tomate pelado. Pronto, dava um bobó, que não ia ser de camarão mas que ficou muito bom. Como tem muita gente chegando de volta no final de semana e deve encontrar na própria geladeira a mesma situação que eu encontrei na minha, achei que valia a dica que ficou delícia. Basta ter a mandioca congelada que o resto vai no que tem. Se a sorte te sorrir a ponto de existir um vaso com um poquinho de coentro vai ficar perfeito! Bobó de berinjela e queijo coalho Balkis Ingredientes 350 gramas de mandioca cozida e passada na peneira 1 cenoura cortada em tiras de 2 centímetros de comprimento e meio de largura 1 berinjela média cortada como a cenoura desidratada com sal por 20 minutos 60 gramas de pimenta cambuci cortada ao meio e sem sementes 1 lata de tomate pelado com molho 1 punhado de castanha do para 1 vidro pequeno de leite de coco 10 gramas de queijo coalho Balkis 1 colher de sobremesa de azeite de dendê azeite de oliva (quanto baste) sal (qb) molho de pimenta(q b) Modo de Preparo Higienize todos os ingredientes. Corte a berinjela, salgue-a e deixe escorrer por 20 minutos. Corte a cenoura e a pimenta cambuci. Retire as sementes da pimenta. Reserve. Corte a castanha do para. Reserve. Corte o queijo coalho em cubos de 2 centímetros e doure-o em uma frigideira antiaderente de todos os lados. Reserve. Corte os tomates em cubos. Reserve. Esprema a berinjela e frite-a em azeite para dourá-la na própria panela do bobó. Retire-a para as beiradas, coloque mais azeite e passe a cenoura e a pimenta cambuci. Salgue-as. Acrescente os tomates juntamente com o molho, a pimenta, acerte o sal, acrescente meio copo de àgua e deixe cozinhar até a pimenta ficar macia. Acrescente a mandioca e salgue-a. Coloque o leite de coco e o dendê. Incorpore bem os ingredientes, deixe ferver por 5 minutos e coloque as castanhas imediatamente antes de servir. Bom apetite.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Ano Novo Feliz!

O ano passado terminou, para mim, em grande estilo. A felicidade de assistir um serzinho aportar na vida me chegou como presente último de final de ano: o universo estanca para ver a vida se derramar com força e inexorabilidade sobre todos nós. Foi lindo e fiquei feliz como se fosse eu a criança. Não sei se você já teve essa honra. Se já, sabe do que eu estou falando...mas, se não, tenho a reportar que é das maiores que já vivi. Depois de tudo terminado, observei o bebe aninhado nos braços da mãe guerreira e feliz alimentando seu menino, e me dei conta que estava assistindo a primeira de milhares de refeições que se seguiriam para ele, vida afora.Foi lindo de ver, mas imediatamente tratei logo de alimentar a mãe, enquanto ela alimentava o rebento. Tem jeito melhor de encerrar um ano, me diga? Não sou capaz de imaginar... E então, voltei para o mato de onde havia saído correndo para ver o menino nascer. E é, ainda, onde estou. Comecei o ano conectada com tudo que é essencial e bom e considerei isso um bom presságio. 2014, espero, será para todos nós simples, bom e bonito. Que a gente possa desfrutar da vida e do que ela tem de ótimo, porque é coisa demais! E nesses meus dias de tomar banho de rio, de mar e cachoeira todos no mesmo dia, tem sobrado pouco tempo para a cozinha. Quando chego nela depois de um dia inteiro de desfrute dessa natureza exuberante, penso simples: olha o lanche que fiz ontem a noite para a trilha da cachoeira de hoje: cuscus de farinha de milho, alcachofra, azeitonas, berinjela, queijo coalho Balkis e ervas frescas. NA hora da fome comi ainda gelado, sentada em uma pedra imensa na frente de duas cachoeiras irmãs, uma ao lado da outra. Enquanto isso acontecia pensei que precisava arranjar um sinal de internet para fazer chegar a você o meu desejo de que seu ano seja bom: cheio de bons pensamentos, bons sentimentos e boa comida. Feliz 2014 para todos.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal: receita de alegria

Hoje é a data para a qual todos enlouqueceram de se preparar nos últimos 30 dias. Agora que finalmente chegou, os corações e mentes se permitem aquietar, estar felizes e viver o momento presente. Pelo menos, assim eu desejo e espero: que a renovação que chega no final de ano possa se alongar saborosamente para dentro de um outro período até que o ele venha novamente. A festa comemora o nascimento de uma jóia maior, o grande sábio e mestre chamado Jesus. Independente de qual seja a sua crença, o reconhecimento de mestres em qualquer tradição nos ajuda a entender o potencial humano e do quanto ainda somos capazes de ser "mais". Assim eu penso. Posso ser mais tudo: mais plena, mais reconhecida do imenso previlégio de estar viva, desfrutando das condições incríveis que essa planeta oferece, de ter inteligência, de amar, cozinhar, caminhar, respirar, dançar, beber e comer, tudo! O natal fortalece a lembrança do meu imenso potencial: por isso gosto tanto dele. Tem gente que diz que acha o natal um porre. Eu não. Não sou cristã, mas sou fã de Jesus. Acho que todos os grandes mestres trazem a mesma mensagem , adaptada à sua época e cultura. Basicamente, neles todos encontro o caminho para apreciar as cores dos ingredientes arrumados no meu mis en place para uma paella, por exemplo, ou a graça de uma torta de amêndoa confeitada com açúcar. E poder cozinhar para que as pessoas se unam e partilhem o melhor de si é, para mim, o auge das comemorações de natal. Por isso é que me sinto gente de sorte: faço isso todos os dias. E me lembro, no natal. Que seu natal seja muito bom, hoje. Lotado de alegria e bem querer. E que você possa se lembrar deles todos os outros dias do ano. E olha que bonitinha ficou a minitorta de amêndoa para o café, daqui a pouco, com quem aparecer para ele!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Panettone

O primeiro panettone ninguém esquece. O meu, foi há uns cinco anos atrás, e me deixou orgulhosa. Trouxe para casa um panettone feito por mim mesma para partilhar a proeza com a família. Comemos cortando os pedaços com as mãos enquanto falávamos de outros panettones e de outras formas de comê-los. Ficou a memória positiva do pão mais característico da natal feito e saboreado fora de sua data convencional. No natal do mesmo ano quis presentear meus alunos com outros iguais àquele primeiro, só que minis. Ficou bonito e gostoso, mas não era aquilo tudo, como o da primeira vez. Frustei e abandonei o projeto. Há algumas semanas atrás no meio do trabalho eu e meu parceiro falamos de fazer panettone e descobrimos dividir a mesma intenção: um panettone sem essência de panettone, com frutas de verdade ao invés das chamadas cristalizadas que não têm gosto de nada. Queríamos um panettone que não durasse 8 meses e que estragasse logo, se não consumido enquanto estivesse fresco e úmido. Para presentear os amigos. Achei que não ia rolar pois o volume de trabalho não anda dando brecha para o deleite. Mas, não é que no meio da semana apareceu um evento em que o panettone teria espaço? Alegria! Nem pensamos duas vezes e o Marcelo trouxe um levain (que é um fermento natural), alimentado por ele mesmo e que só faltava falar. Fizemos o panettone com levain natural, sem essência de panettone, com água de flor de laranjeira ao invés de essência de laranja e com frutas secas (uva, manga, figo e crawberry)! Dos grandes e dos minis. E a massa era um espetáculo a parte. Nunca vi um véu de massa tão lindo. Cobria as frutas com requintes de delicadeza e brilho deixando-as perfeitamente visíveis, encobertas, porém, pela seda finíssima do véu da massa. Uau! Ficou lindo demais. Demorou umas tantas horas para crescer por conta do levain: fermento natural tem seu próprio tempo, o tempo do crescer que esperamos com alegria. E quando saiu do forno, confirmou todas as nossas expectativas. Uns, disseram que panettone sem essência de panettone é pão de frutas. Outros, que panettone era imexível. Mas todos concordaram que estava muito bom. No dia seguinte fiquei curiosa para experimentar, mas a trabalheira foi grande e o tempo encurtou. Ontem, de novo. E hoje, finalmente abri aquele que me coube, dos pequenos. Já não era o mesmo de três dias atrás: um pouco mais seco como era de se esperar (sem conservantes, com levain, vivo, em permanente transformação). Mas ainda assim, bom. Comi com queijo cremoso e geléia, feliz da vida: as boas coisas têm tempo próprio mesmo. Se for de comer e não estragar, boa coisa não é!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Flores no prato, alegria na alma


A semana passou, para mim, com trabalho das 6 da manhã até altas horas da noite, todos os dias. "Tempo, tempo, tempo, tempo...és um dos deusas mais lindos", como diria Caetano Veloso, poética e lindamente. Porque em meio à correria dos deslocamentos em uma cidade inviável, percebi o quanto eu gosto de cozinhar. Não para fazer a alegria da festa, que esse ó o resultado final e, claro, está implícito. Mas eu gosto mesmo é do meio do processo: de ver a cor da água do cozimento da beterraba em suas várias etapas, ou a cor da couve cortada junto com a farinha de Uarini que vai ser servida de entrada; de fazer minibolinhos de abobrinha com ricota e ervas que as crianças vão comer todos sem poder desenvolver nenhuma resistência à abobrinha (em meio a animação da festa se esquecem de perguntar do que é o tal bolinho e mergulham no puro gostar ou não), da cor das frutas lindamente cortadas e prontas para rechear as casquinhas de sorvete e surpreender crianças e adultos - idéia do Marcelo que eu mesma não coloquei fé, confesso -, e que foi um sucesso. E tantas outras belezas que pude desfrutar na semana que passou. Concluí que me considero uma pessoa de sorte porque tudo com que estou envolvida, gosto de estar fazendo, enquanto faço. E é por isso que entre um deslocamento e outro o tempo é generoso e se expande muito para o desfrute.Um dos deuses mais lindos! Na quinta-feira, na hora do almoço dos trabalhadores, fiz essa beleza da foto. Tinha umas flores de abóbora na minha geladeira que são muito perecíveis e estragariam se eu pudesse olhar para elas só no domingo...carregando o carro para a cozinha do evento de sexta, pensei no almoço e coloquei-as no cooler junto com todo o resto. E na hora do almoço, parei tudo e recheei as flores com queijo cremoso quartirolo. E, sentados no momento de descanso, comemos aquela beleza lindamente preparada pela natureza e recheada com uma delícia. É tão lindo que pode ser a entrada na ceia de Natal. Alguém se anima? Alegria garantida para quem prepara, quem come e quem olha. Precisa mais?

Flor de abóbora com queijo Cremoso Balkis (tipo quartirolo)

 Ingredientes

6 Flores de abóbora
3 colheres de sopa de queijo Cremoso Balkis
1/4 de maço de salsinha
1 limão siciliano
1 colher de chá de açúcar mascavo
1 colher se sopa de amêndoas laminadas
4 colheres de champanhe
1 colher de sopa de manteiga
2 pêssegos
azeite de oliva extravirgem com limão siciliano (quanto baste)
sal (q b)

Modo de Preparo

Higienize a flor de abóbora apenas com um papel toalha úmido. Reserve. Higienize todos os ingredientes. Reserve. Rale a casca do limão siciliano no ralo fino e reserve. Corte a salsinha o menor que conseguir. Amasse o queijo Cremoso Balkis e misture à casca do limão e à salsinha. Recheie as flores de abóbora com o queijo Cremoso Balkis. Reserve. Doure as amêndoas em uma frigideira antiaderente mexendo sempre até que peguem uma coloração. Reserve. Seque bem os pêssegos e corte-os em meia lua. Na mesma frigideira antiaderente coloque metade da manteiga e um fio de azeite e doure os pêssegos. Quando estiverem dourados acrescente o champanhe e deixe reduzir a seco. Retire os pêssegos e, na mesma frigideira coloque a manteiga restante, as amêndoas e por cima delas o açúcar mascavo para caramelá-las. Arrume duas flores de abóbora por prato e ao lado delas arrume os pêssegos e as amêndoas. Regue com o azeite aromatizado.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Salada mágica!



Aiaiai...chegou o final do ano e suas doideiras características. Não é o fim do mundo, mas só o final do ano. E antes que as festas cheguem ainda tem muito trabalho de dia normal pela frente! Hoje, foi a minha tentativa de dia normal em final de ano. Cheguei atrasada em todos os meus compromissos. E na hora do almoço, que já estava com carta marcada para ser o de outro cozinheiro, pensei bem e resolvi me virar por aqui mesmo, apesar da hora. Só de pensar em enfrentar o trânsito para chegar em algum lugar, desisti. Tinha que ser rápida. Geladeira só com restinhos de tudo. Mas, tinha farinha de Uarini, mandioca transformada em bolinhas maravilhosas e queijo Burrata Balkis. O meu estoque da preciosidade, desta vez, comprei lá na Mesa Tendências deste ano. Mas, se você quer experimentar não precisa mais esperar que alguém te traga lá do Amazonas. Pode ligar para (11) 973105024, que a Antonia, do Empório Poitara, te arruma um pouquinho da delícia. Deu uma salada incrível, meu almoço! Degustada na calma da minha cozinha, como se a cidade lá fora já não estivesse sob a influência da maldição da aceleração maluca do final do ano. E aí vai a receita para que você também possa ter seu momento mágico. Que aliás, por conta da beterraba que enche de cor a mesa, pode ser uma das iguarias do seu Natal, se quiser surpreender os amigos e a família com as bolinhas que quase ninguém sabe o que é, aqui no sul desse imenso Brasil.

Salada de couve, farinha de Uarini, castanha do Pará, beterraba e queijo Burrata Balkis.

Ingredientes:
1/2 maço de couve
50 gramas de farinha de Uarini
meio talo de salsão
2 cravos da índia
2 folhas de louro
1/2 cebola pequena
1 beterraba
30 gramas de castanha do Pará
limão
azeite de oliva (quanto baste)
queijo Burrata Balkis (qb)
sal (q b)

Modo de Preparo:
Higienize todos os ingredientes. Reserve. Coloque a beterraba com casca para cozinhar na panela de pressão até que fique macia. Meça a farinha de Uarini em um copo. Reserve. Coloque a mesma medida e mais um terço de água em uma panela com o cravo, as folhas de louro, o talo do salsão e a cebola e deixe ferver em fogo baixo. Depois de levantar fervura deixe por dois minutos. Desligue o fogo, retire as especiarias e coloque a farinha de Uarini. Tampe a panela. Espere por cinco minutos até que a farinha absorva todo o líquido. Descasque a beterraba e corte-a em palitos de 1 centímetro de espessura por 3 de comprimento. Reserve. Retire o talo da couve, enrole as folhas bem apertadas, corte-as ao meio no comprimento e depois e o mais finamente que conseguir na largura. Repique para que os fios fiquem pequenos. Reserve. Corte a castanha do Pará em pedaços pequenos. Reserve. Solte a farinha de Uarini com um garfo. Tempere-a com azeite, limão e sal. Misture todos os outros ingredientes e acerte o tempero. Por cima coloque uma Burrata Balkis e regue-a com um fio de azeite. Sirva imediatamente.