quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Comida que não estraga: fuja!

Tem sido para mim uma festa diária. Abro meu email e encontro muitas receitas novas. É legal perceber a maneira de tratar os mesmos ingredientes e obter resultados diferentes que traduzem a imensidão do Brasil e a riqueza cultural deste pedaço do mundo.
Entre tantas receitas percebi que muita gente usa margarina nas preparações. Tomei a liberdade de comentar aqui, porque anos atrás fiz um curso que riscou definitivamente a margarina da minha vida e fiquei tão impressionada que conto esta história toda vez que tenho a oportunidade. Considerei uma educação para o meu próprio gosto...

Foi assim: janeiro, muito calor, dois dias de curso e, logo no início, combinamos de abrir um pote novo em folha de margarina e colocá-lo de baixo de uma árvore no jardim do lugar. Pois, ao final do curso, quase 48 horas depois fomos verificar o que tinha acontecido com a margarina. Adivinha...Nada! Não tinha acontecido nada! Apenas algumas folhinhas tinham caido por cima, mas ninguém quis saber dela. Nem uma formiguinha, nem uma mosca, nem um bolorzinho, nada. Acreditam? Nenhuma alteração.
Vou tentar explicar porque isso acontece de forma simples: a margarina nada mais é do que óleo vegetal hidrogenado. Isto quer dizer que a molécula do óleo é modificada pela ação da temperatura e pela adição de átomos de hidrogênio.

Parece que atualmente a hidrogenização da margarina é parcial, mas há controvérsias. De qualquer forma todo mundo sabe que gorduras saturadas não combinam com a boa saúde do coração, e a molécula da margarina é uma gordura saturada de hidrogênio. Não é bom abusar de gorduras. Mas, com equilíbrio, bons hábitos alimentares e bom senso, melhor é usar gordura boa!
Simplificadamente, para quem gosta de boa comida: gordura é sinônimo de sabor. Para agregar sabor prefira sempre uma boa gordura, de ótima qualidade, com estruturas básicas preservadas, capazes de interagir com os outros ingredientes. A Balkis tem excelentes gorduras como a nata Balkis, o creme de leite Balkis, por exemplo.

Em tempos de comida boa, justa e limpa para todos a margarina tende ao ostracismo...Tem uma turma de cozinheiros amigos que gosta de dizer que só gosta de comida que estraga! Como tudo na vida, o alimento também tem seu tempo. Se não estraga nunca, desconfie!

3 comentários:

Pedro Arantes disse...

O fato de não estragar deve ser realmente um bom indicador para sabermos se uma comida presta ou não. Se nenhum outro organismo vivo se interessou por comer aquilo, bom não deve ser.
Veja por exemplo o que acontece com um lanche do Mac Donalds depois de 150 dias exposto: nada.
A fotografa Sally Davies registrou diariamente um lanche que ia apenas desidratando, mas não estragou nem um pouquinho: http://bit.ly/aXHi9O

marcia micheli disse...

Uau!! Vou experimentar deixar a margarina por 150 dias exposta e ver quem ganha: minha intuição aposta no empate...

mg disse...

Atualmente eu também só tenho comido coisas que, se deixadas fora da geladeira, emboloram, mofam ou apodrecem...