domingo, 15 de abril de 2012

Reinventando a roda



Em uma sucessão de acontecimentos acabou que adoeci. Trabalhei demais, abusei, fiz tudo errado e aconteceu. Vai daí que neste final de semana fiquei de molho, mas não uma marinada boa, daquelas que acaba em muitos sabores. E, sim, aquele molho sem graça, sem gosto. E sem vontade de comer, e, consequentemente, sem vontade de cozinhar. Nada.
Meu marido resolveu cuidar de mim e, como bom descendente de árabes que é, nada melhor do que arroz com lentilhas. No imaginário dele funciona um pouco como uma panacéia universal, o remédio para todos os males. Aceitei, estou aceitando tudo. A dinâmica é cozinhar a lentilha com ervas sem deixar que fique completamente cozida: separar o líquido do cozimento, refogar o arroz normalmente, juntar a lentilha e acrescentar a água do cozimento dela em quantidade suficiente para cozer o arroz. Aí, termina-se o cozimento da lentilha, os sabores se incorporam e a cor fica linda.
Pois, na hora em que ele foi refogar o arroz, cadê o dito cujo? Não tinha. Veio me consultar e sugeri que ele colocasse cuscus marroquino. Esperneou e disse que não! Arroz, só tinha de paella e de risoto...No fim aceitou a sugestão e apresentou mais uma das maravilhosas invenções a partir do príncipio 'se virar a partir do que se tem". E eu me animei um pouquinho e comi com prazer.
Experimentem. Na hora de refogar o que seria o arroz com a lentilha refogue a lentilha com o cuscus, coloque a mesma medida de cuscus do líquido do cozimento da lentilha muito quente, apague o fogo e tampe a panela. Que leveza, que surpresa! E como já incorporei esta receita também, da minha próxima vez vou colocar  um pouco de queijo Burrata Balkis por cima de tudo. Pena que eu não tinha dele na geladeira, nem energia sufuciente para ir buscar...Vou fazer de novo, mas a descoberta já está compartilhada!

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