quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tamarindo, prazer em conhecer



De novo é tempo de tamarindo. Não é das coisas mais populares, apesar que, no nordeste ela é muito mais apreciada do que aqui. Muitas receitas tailandesas se apoiam nela para fazer molhos de peixes e frangos. Na Índia ela é usada pra tudo. Do suco à confecção de estátuas de metais . Visitei uma vez um lugar incrível onde se produziam estátuas para templos e tinha um tamarindeiro bem no centro do lugar. Me disseram que muitos componentes que entravam no preparo da liga do metal tinham sua toxicidade atenuada pelo tamarindo. E ele era de consumo obrigatório para todos os que trabalhavam lá.
Parece uma vagem, mas tem umas fibras, um fio perfeitamente desenhado por dentro que une um fruto ao outro. Acho bonito, principalmente as sementes. E também gostoso.
Veio da África equatorial e da Índia. O nome em árabe para ela  é 'tamr al hindi", que quer dizer tâmara da Índia. Nem de longe pode-se dizer que tenha alguma semelhança de sabor com a tâmara que é praticamente um doce. O tamarindo é essencialmente ácido, mas tem alguma coisa de doce. E ao pesquisar no  blog da Neide Rigo para saber mais sobre os ácidos do tamarindo descobri que não se trata de um, mas de quatro ácidos: tartárico, cítrico, málico e acético. O ácido tartárico é o principal ácido do vinho. Sem ele a qualidade geral do vinho decai e em uvas que produzam pouco dele se recomenda que ele seja adicionado. E tem também, extenso uso medicinal. 
Como bem disse a Neide Rigo, se não estivesse tão adaptado por aqui seria daqueles ingredientes exóticos trazidos de longe. Exótico ele é. Na Índia comi feito com arroz e cogumelos, no molho de legumes cozidos. molho para tubérculos grelhados e descobri quanto ele é também usado na cozinha salgada. Porque afora molho de peixe e frango que são os preparos mais difundidos na cozinha tailandesa, a nossa tradição fala de doces: geléias, compotas, licores, mousses (bem gostosas), sucos.
Ao contrário da Neide, gosto dele in natura, mas sei que não é um gosto muito comum: tem personalidade demais. Se você nunca viu, não conhece bem ou está a fim de tentar de novo, aproveite. Pode ser comprado prensado e empacotado vindo da Ásia, mas neste exato momento estão lindos  e frescos nas feiras livres.
Vou tentar produzir uma mousse salgada e ver no que dá. Considerando que o tamarindo também tem pectina (que é um fator que agrega para geléias e mousses) pode ser que dê samba. Se der,  divido a receita.


2 comentários:

nana tucci disse...

primeira e única vez que comi tamarindo fresco foi duma árvore na City Lapa, guiada por... Neide! meu deus das panelas, que sabor estranho e maravilhoso era aquele! pior é que a maioria dos tamarindos que "abríamos" estava verde demais ainda (será que era isso?), então a proporção era esta: apenas 1 em cada 5 estavam bons de comer. Daí comi um e fiquei no sonho. agora que despertou a vontade de uma mulher com dois paladares, arruma um in natura pra mim qualquer dia desses ;) beijos, querida!

marcia micheli disse...

que experiência, primeiro tamarindo no pé! Segunda feira tem tamarindo te esperando por aqui, certeza!beijos