sexta-feira, 21 de março de 2014

Omelete provençal

Existem pessoas que cruzam o nosso caminho que são irmãos de alma. É asssim que me sinto com o Marc e a Neusa, que me receberam de forma tão amorosa em sua casa, na provance francesa. O lugar, que já é um sonho, se tornou um sonho com chocolate. Ele é "chef de cuisine" e, generosamente,  me apresentou à melhor omelete da minha vida. Não sabia que poderia gostar tanto de uma omelete..e voila, depois de um dia exaustivo de trabalho ele nos preparou a iguaria, acompanhada de uma linda salada e de um vinho daqueles que ele guarda no que eu apelidei "o baú da felicidade": tudo o que sai de lá é alegria.
Ao seu lado, vi o preparo e a execução. Quando chegar em casa vou tentar reproduzir...e dividir com vocês. Por enquanto divido um pouco da alegria de sentar em torno dessa mesa provençal onde a generosidade dos dois é um tempero incomparável.

segunda-feira, 17 de março de 2014

França e seus encantos

Cheguei na França depois de muitos dias na Índia. Estou no apartamento de uma amiga que está viajando e, ao pegar as chaves, me dei conta que antes mesmo de ir pra lá tinha que comprar comida. E aí, para além do cansaço de muitas horas de viagem, o encantamento me tomou: pelo amor que eles tem pela comida e a maneira como expressam isso de forma tão singular. Na salsinha verde escura embrulhada no papel,  ou os morangos frescos e doces no saquinho, o incrível pão de todo dia e (alguém me acuda!), as centenas de queijos frescos a venda... cada um mais maravilhoso que o outro.

E como se não bastasse minha primeira compra básica fui correndo cair de boca no melhor falafel do mundo. Tão bom que só lembrei de fotografar depois de umas três mordidas. ..

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mãe Índia e sua comida

Hoje, aprendi mais sobre a comida e a Índia. Tive a sorte de, às 5 da manhã, presenciar um antigo ritual no qual uma imagem sagrada é lindamente reverenciada: os sacerdotes a banham com leite, água de coco, suco de frutas, guee, uma pasta feita de açúcar, uva passa e alguns ingredientes intraduzíveis e desconhecidos.
Depois de banhada, eles a vestem e, enquanto a vestem, cantam.  Só depois a apresentam para os devotos, que estão todos lá só para isso: ver e reverenciar o que tanto amam.
É nesse momento que ganham das mãos dos sacerdotes  seu bocado de delícia. Aquilo que foi ofertado ao Deus, depois de todo o rito, pode alimentar o mundo. Começamos por receber um pouco da luz das lâmpadas que iluminaram a coisa toda, as flores que fizeram parte da maravilha e, por fim, a comida.
Não me canso de agradecer a Índia por guardar tão vivamente a lembrança da origem de tudo. Incluindo a comida boa de cada dia que humaniza os deuses e endeusa a condição humana.
A foto foi feita em outro lugar, onde  regularmente as pessoas recebem Alimentação gratuita três vezes ao dia (ashram Sri Ramana Maharshi), já que Onde vi o ritual não era permitido fotografar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Casamento México/Brasil. Padrinho? Sour Cream Balkis!

Estou bem longe da minha casa, mas tenho um assunto pendente: tapioca de abacate com sour cream. Ąchou estranho? Experimenta primeiro. Garanto que é surpreendente.  Olha aí o passo a passo para você:













Ingredientes:
- Meio quilo de goma de tapioca molhada
- 1 abacate
- 1 tomate
- Coentro picadinho
- Limão
- Sal
- Sour Cream Balkis

Preparo:
Amasse o abacate, pique o tomate, corte o coentro o menor que conseguir, coloque o Sour Cream Balkis, limão e sal.
Em uma frigideira bem quente coloque a goma peneirada, depois o recheio e degustação. Bon apetit!


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Doces, beleza e gastronomia


Faz meses que ela me diz "você TEM que ir na mercearia comigo, comer o bolo de chá verde e conhecer a Juju e a Grace". A Talita é especialista em dicas bacanas, e não fui antes porque tudo tem a hora certa. E, na tarde insuportavelmente quente e grudenta que uma cidade sem praia e montanhas ocupadas pelos imóveis pode propor aos seus cidadãos, eu fui. Foi um mergulho em um universo paralelo onde o tempo parou para que, o que realmente importa na vida, acontecesse: quando entrei na Mercearia com a Marcela e a Talita demorei um pouco para entender o lugar e o que acontecia dele. O lugar é mínimo, o jardim é mágico. Uma única mesa com dois bancões e uma cadeira embaixo de muitas plantas que filtram a luz da tarde acolhem, também, os comensais. Que sentam ali como se estivessem na varanda de suas casas, com amigos de longa data a falar das coisas da vida, escutar histórias de um outro tempo com atenção, compartilhar coisas essencias com pessoas que você nunca viu na vida- e talvez nunca volte a ver - mas que estão sentadas ao redor da mesma mesa e lhe são muito familiares naquele momento. Esse é o"mandrake" essencial da comida. Que está um pouco esquecido mas que nos torna iguais e mais humanos. E que, quando acontece é pura mágica. A Grace trabalhou 15 anos no Japão em um restaurante mexicano e preza a beleza e a qualidade essencial dela. Preza principalmente a energia e cuidado com que seus fornecedores trabalham e produzem maravilhas. Os doces, entregues diariamente pela própria confeiteira, são a expressão maior do enfoque da Grace. Só olhar para eles, satisfaz. Comer deles é luxuoso. E o que acontece em volta, enquanto a alta gastronomia se apresenta diante de você é uma experiência e tanto. Saí de lá conhecendo a Cris Makibuchi (confeiteira), a Lili (dos biscoitinhos), o Abelhudo (do mel) e mais uma turma à qual a Grace se refere com admiração e carinho: são parceiros. Jea vi a Cris chegando as 6 da manhã com suas pavlovas, bolos de machá e chocolate, tortas de manga floridas, tamanha empolgação da Grayce contando admirada do compromisso e seriedade de seus parceiros. Não consigo imaginar, em São Paulo, um outro lugar capaz de oferecer doces de tão alto nível a preços acessíves como lá. DA minha primeira vez foi o de machá e o de chocolate. No dia seguinte voltei para a torta de manga. Que preciso contar a história se você ainda não captou o "espírito da coisa". A Grace me disse que iria guardar uma,para eu experimentar. Me comprometi a voltar no dia seguinte. Mas, quando você sai de lá, a dobra no espaço-tempo se desfaz e a volta para o mundo "oridinário" se impõe. No dia seguinte, a vida propos outras coisas e me vi diante da possibilidade de não conseguir ir. Preocupada, liguei para a Talita e pedi para ela avisar a Grace que, talvez, não desse prá cumprir o combinado. Mas, deu. Passei esbaforida para cumprir a inha palavra e beber um pouquinho mais daquele universo paralelo. Quando cheguei, encontrei o jardim lotado, a conversa animada e nenhuma cadeira para sentar. Entrei procurando a Grace e de lá de dentro ela me disse:"Te liguei! Tem gente pagando o dobro do preço pela sua torta de manga! É a última, e tive que dizer muito que ela estava reservada para você! Ainda bem que você veio!" Alguém no jardim levantou para que eu sentasse, a Grayce veio com a torta anunciando que eu era a dona do doce mais cobiçado do momento, todo mundo riu de mim, prometi dividir a iguaria com um pouquinho para cada um. A Grace me troxe chá gelado em seus maravilhosos copinhos e a festa se fez, mais uma vez. O endereço, anota aí: Wa, Mercearia. Rua Alves Guimarães, 286, Pinheiros. E do melhor ainda não falei: se chama Juju. Te oferece chá e esperança. Vai lá. Depois me conta se o mundo não é uma experiência incrível e a vida muito generosa?

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Comida para calor

O que mais tenho escutado e sentido nesse janeiro de 2014 é que a lembrança de um verão tão quente vai muito distante na memória, a ponto de praticamente não existir... Tenho driblado o calor com muito chá gelado, sucos com todo o gelo que minha geladeira é capaz de produzir e comidas leves. Meu amigo Pete Webb, ecólogo e rei das plantas disse que existem plantas que são mimadas. Entenda-se por isso aquelas que não aguentam condições adversas sem desmilinguir pelas beiradas. Claro que nisso as alfaces estão incluídas e fica difícil achar delas para as saladas. eE interessante quando temos que ser criativos e abrir mão do óbvio. As alfaces, coitadinhas, mimadas que são tem que ser substituídas por novas idéias. E essa aí ficou ótima. É bem fresca e junto com um supersuco gelado ou com uma taça de vinho rosé igualmente bem gelado refrescou meu domingo. Fotografei e está aí a dica.
Passe no supermercado, compre tomate, lunarella umas ervas e, rapidamente, faça a festa. Fresca, porque o calor promete continuar.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Comida e crianças

O começo do ano me trouxe a felicidade de estar mais perto das crianças pequenas. Repare e lembre que delícia pode ser uma descoberta por dia. Às vezes nós passamos pela vida como se tudo já fosse conhecido e esquecemos da infinidade de novidades que se apresentam todos os dias para que a gente possa aprender, já que isso é a coisa mais maravilhosa que existe. Imagine o que isto significa para as crianças pequenas: muitas descobertas novas por dia e toda a alegria que vem junto. A Marina e a Violeta, duas crianças incríveis, se encontraram na feira de orgânicos do Parque da Água Branca, em São Paulo. Há quatro meses, além de terças, sábados e domingos pela manhã, a feira também acontece nas terças à tarde, depois das 16hs. E junto com a possibilidade de passear com as crianças na sombra do parque ,neste verão muito quente, esse horário tem mesinhas ao ar livre com serviço de sucos e comidinhas. Quando se constrói um ambiente favorável, tudo fica mais fácil. E as crianças pequenas, ali, ficam curiosas com os bichos soltos, as galinhas siscando, os patos e gansos, peixes e pavões. E se encantam com as galinhas d`angola que vêm comer nas mãos do Virgílio, o vendedor de castanhas do pará, que as alimenta com a iguaria amazônica. Comida é lúdico. E comer, mais ainda. Compramos tomatinhos cereja, que as meninas quiseram comer na mesma hora. Em casa, a Marina continuou comendo com azeite, sal, e queijo lunarella. Acredito que educação alimentar pode ser um assunto divertido e eficaz. Diante do crescimento de um problema sério como obesidade infantil, é necessário reaprender o amor todos os dias e trazer para nossas crianças a alegria de desfrutar da comida a partir do melhor de cada um de nós.